A hora de parar de afiar o machado

A expressão no título deste artigo nos remete à célebre parábola do lenhador (calma, meu espírito de pregador logo acaba…), aquela que compara um jovem (e inexperiente?) lenhador a um velho (e experiente?) lenhador que, ao invés de aplicar força bruta para derrubar suas árvores, passa a maior parte do tempo afiando o machado antes de desferir seus golpes. Admito que existe alguma lição legal nesta história, mas farei um contraponto importante: se você quer derrubar uma árvore, chega o momento de parar de afiar o machado, e começar a desferir os golpes. Afiar o machado para sempre lhe dará uma lâmina fabulosa, lustrosa e vitaminada, mas que nunca trouxe resultado algum além da sua beleza e do seu potencial. A sua formação acadêmica é esta lâmina e, salvo se você buscar uma carreira na academia, você deve urgentemente associá-la a experiências profissionais sólidas e relevantes.

Em 2008 li uma entrevista do Max Geringher chamado “O Profissional de TI do Futuro”, e achei interessante porque falava de coisas que sentia na minha carreira, em especial porque estava me consolidando em um novo rumo. O artigo acabou esquecido por mais de quatro anos entre as minhas anotações, e ao decidir escreve este, de imediato me lembrei de um trecho daquele, que está mais atual do que nunca:  Continuar lendo

Feedback sem exemplo não é feedback

O título deste artigo pode pressupor muitas coisas, então logo de cara quero esclarecer que falarei sobre feedback, e sobre o poder que uma certa frase tem no resultado. O assunto é amplamente estudado e comentado, geralmente por gente com muito mais experiência e propriedade do que este autor, mas gostaria de explorar aqui algumas experiências.

Se você é líder ou liderado – e geralmente somos ambos – em algum momento da sua carreira (espero que em muitos!) deve ter dado ou recebido feedback. Sem medo de errar, lamento informar que algumas destas situações não foram um feedback. Um feedback cujo principal motivador não seja que o receptor possa saber onde está acertando e entender claramente onde deve melhorar, não merece este nome. Não se assuste ao perceber que muita gente chama de feedback meros eventos para descarregar sua ansiedade, para xingar, para desabafar ou para puxar o saco. Nada disto é feedback. Continuar lendo

A salada da formação superior

Imagino que muitos dos leitores estejam planejando ou iniciando sua educação superior, que se refere a todas as atividades acadêmicas e educativas ocorridas após a conclusão da educação básica (que por sua vez compreende os ensinos infantil, fundamental e o médio, enfim, os nossos “anos de escola”).

Este assunto causa muitas dúvidas, agravadas por conta dos vários termos específicos da área: bacharelado, licenciatura, tecnólogo, curso sequencial, MBA, pós-graduação, mestrado, doutorado, entre tantos. Uma “salada” que não nos ajuda muito a pensar sobre os rumos que escolheremos para nossa formação, não é?

Neste artigo abordaremos de forma didática a organização formal da educação superior no Brasil, com o objetivo de ajudar os amigos leitores a entenderem esse balaio de gatos.  Continuar lendo

Recurso é a mãe!

Nas últimas décadas, diante da ampla adoção de práticas de gerenciamento de projetos no mercado de tecnologia da informação, emergiu um termo envolto em controvérsias: recurso, usado para designar tudo que é necessário para que se realize um projeto, mas também para se referir às pessoas envolvidas nele. Neste artigo buscaremos um resgate de fatos e uma discussão sobre este termo e suas nuances nos projetos, equipes e no sentimento das pessoas.

De antemão, gostaria de dizer que não me agrada o uso deste termo para designar pessoas, mas por outro lado a expressão (mesmo sendo “fria”) faz sentido quando falamos de planejamento de projeto. É um excelente termo para descrever recursos materiais e de qualquer natureza física, e tem entendimento e aceitação quase universais no mundo dos negócios. Então não espere vê-lo desaparecer por completo tão cedo.
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Agarre as rédeas da sua carreira agora!

Se você pudesse dar apenas um conselho sobre carreira para seu melhor amigo, qual seria? No meu caso, o primeiro e mais importante é: “agarre as rédeas da sua carreira AGORA”. E leia este “agora” em letras maiúsculas com toda a ênfase que puder, porque ele tem o mesmo significado quer você tenha 15, 30 ou 50 anos.

“Mas isto é óbvio”, você deve estar pensando neste momento. “Como posso eu não estar no comando da minha própria carreira?”. Ano após ano observo que quanto mais óbvia pareça esta afirmação, mais ela é negligenciada nas nossas vidas profissionais, do estagiário ao diretor. Neste artigo vou explorar algumas lições que aprendi durante minha carreira, e as quais busco aplicar conscientemente.

Lição 1: tenha uma visão clara de carreira (no mínimo) para 5 anos.

O que você vai ser quando crescer?! Sim, você! Esta pergunta geralmente é feita para as crianças, mas se aplica para qualquer momento da sua vida, ficando mais dramática com o passar dos anos. Não espere que esta resposta venha de algum lugar que não seja de você mesmo. Desde que comecei minha vida profissional, e de forma mais intensa nos últimos anos, procuro manter uma visão de médio prazo (cinco anos) da minha carreira, e lhe garanto que somente o fato de estabelecer uma visão por si só é algo poderoso. Procure projetar uma visão de você daqui a cinco anos: o que você estará fazendo? Onde estará morando? Como imagina o seu dia-a-dia? Antes de pensar no “como”, pense no “o quê”. Praticamente todas as visões de carreira que estabeleci para mim se realizaram em menos tempo do que eu esperava, e por caminhos nem sempre previstos.  Continuar lendo